Rádio Comunitária Araçá FM da cidade de Marí, PB, é explicitamente à voz do povo mariense. É preciso respeitar a importância do jornalismo local para as democracias. E para criticar qualquer passo desta emissora, também requer olhos de lince, tamanha é sua importância para toda sociedade da zona da mata da Paraíba.
Atualmente no jornalismo da Araçá parece que a intenção é desenvolver temas de entretenimento. Existe um verdadeiro excesso de abraços, assuntos particulares dos âncoras, biografias de amigos e uma desastrosa desorganização no studio. O jornalístico Araçá em Debate de ontem (28), não fez jus ao nome. E elevo puxão de orelha ao semanal Liberdade de Expressão.
Ontem (28), toda população mariense perdeu a oportunidade de ouvir e indagar o ex-prefeito Marcos Martins, como possível candidato ao governo municipal. A dinâmica do programa não permitiu que o ex-prefeito Marcos tivesse uma desenvoltura necessária para uma audiência gigantesca de sábado. Ouvintes e internautas ficam totalmente perdidos com blocos curtos, propaganda uma atrás da outra, áudios longos e participação por telefone fora do contexto. Para a gigantesta audiência é praticamente impossível absolver qualquer notícia. Para quem é entrevistado fica impossível desenvolver um raciocínio básico.
O que fazer? Como lidar com essas novas bases de mediação social na AraçáFM?
Estamos diante de uma nova realidade na AraçáFM: o jornalismo já não é mais o que era antigamente e as pessoas e a sociedade mariense se relacionam de forma distinta hoje, muitas vezes abre mão do jornalismo para ter um espaço de entretenimento - não existe um elo entre o rádio e o problema do povo.
Anos que não existe uma reportagem externa. Anos que não mostram os reais problemas. Anos de pura defesa política.
A rádio comunitária é como uma praça pública, precisa ser cuidada, limpa e ser um ponto de encontro nas discussões.
Aldo Berg 29/10/2023
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